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PROPOSTA DA PRÁTICA DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO Á SAÚDE COLETIVA

Artigos & Textos

PROPOSTA DA PRÁTICA DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO Á SAÚDE COLETIVA

Crescimento demográfico:
1960 = 3% ao ano
1990 = 1,6%
2045 = 0,3%

População com mais de 65 anos:
2000 = 3,7 milhões
2010 = 7 milhões
2050 = 43 milhões

População com menos de 15 anos:
1950 = 41,6%
2000 = 28,8%
2050 = 19,9%

Diferenças na qualidade de vida
no perfil de morbimortalidade
nas exigências sociais

A vida é diferente em cada lugar

30% da população brasileira vivem com menos de meio salário mínimo per capita por mês

Nordeste: 46%
Norte: 43%
Centro-oeste: 24,8%
Sul: 20%

O Sistema Único de Saúde e a Qualidade de Vida

SUS: uma das maiores conquistas sociais da constituição de 1988
Garante a universalidade do atendimento (direito de todos)
a eqüidade (diminui as diferenças sociais)
a integralidade (todos os serviços a todas as pessoas)

descentralização (resposta aos problemas locais)
hierarquização (responsabilidades compartidas)
participação social (conselhos comunitários)

A Hierarquização dos Serviços de Saúde

Slide 5 do arquivo organização social.ppt, nesta mesma pasta

A disciplina Introdução à Saúde Coletiva

Leva os alunos do primeiro ano para a comunidade, espaço das ações básicas de saúde.
Coordenada por dois professores
Apoiada pelos monitores de campo
Integrada às ações do Programa de Saúde da Família
Atividade compartida com os Agentes de Saúde

Tem carga horária de 165 horas anuais
Desenvolvida em cinco horas semanais
Quatro horas de atividades no campo
Uma hora de atividades em sala de aula

Os alunos se dividem em dois grandes grupos
46 alocados ao Distrito Sanitário Leste
64 alocados ao Distrito Sanitário Sudoeste

Os trabalhos de campo serão desenvolvidos em duplas de alunos
Cada dupla se torna responsável por em espaço sócio-geográfico, delimitado no mapa, durante um período letivo
Cada dupla de alunos trabalha junto com um agente de saúde e está sob a responsabilidade de um monitor de campo 

O Trabalho de Campo

Os trabalhos de campo serão desenvolvidos através de projetos fundamentados na metodologia científica e devem levar o aluno a
interagir com as pessoas,
compreender as suas formas de expressão
interpretar os condicionantes do processo saúde-doença
fazer contato com o sistema de saúde
iniciar-se precocemente na prática profissional
desenvolver atividades de promoção da saúde e de prevenção de doenças
trabalhar integrado com diversas instituições e diferentes profissionais

Um projeto feito previamente define os objetivos e os passos a serem dados.
Dentro das 24 horas que se seguem à atividade de campo, cada dupla deve enviar
relatório detalhado de sua atividade prática, para o endereço:
eseronni@iptsp.ufg.br e ananetto@fen.ufg.br
O relatório se compõe do diário de campo e das fichas de cadastramento preenchidas
O atraso no envio dos relatórios justifica perda de pontos na avaliação.
Os professores da disciplina, tutores internos e monitores de campo
acompanham semanalmente as atividades de cada aluno, através dos relatórios.
Os comentários serão devolvidos através do canal virtual.
Nas atividades de sala de aula serão discutidos os temas gerais relacionados.

O diário de campo é documento indispensável para a avaliação do trabalho do aluno,
mas é também documento fundamental na construção da história do serviço que se
inicia naquele momento e naquele local, sob a responsabilidade compartida entre a
UFG, a SMS e a comunidade.

O diário de campo deve registrar todo o trabalho desenvolvido no dia, relatando os eventos e interpretando-os. Deve falar do sentido das coisas, mais do que do fato em si. Deve ser uma leitura da realidade, a tradução das emoções e dos sentimentos que se manifestam no contato entre o profissional de saúde e a população. Deve abrir espaço para a compreensão do processo social que se desenvolve naquele local e dos fatores condicionantes da qualidade de vida das pessoas que vivem ali.

A ficha de cadastramento original, registrada em papel, será entregue à SMS, depois de revisada e submetida ao controle de qualidade feito pelo professor. Os dados devem ser transcritos, via informatizada, antes da entrega do documento original, pelo aluno, que é responsável pela alimentação do banco de dados que, por sua vez, alimenta o serviço da disciplina. Um treinamento específico vai orientar a forma de ingresso desses dados.

O aluno de medicina se relacionando com a comunidade

" O contato do aluno com a população deve lhe servir de exercício no trato com os indivíduos e os grupos, respeitando neles a alegria, o sofrimento, a dor, a doença, o envelhecimento, a interação familiar e as relações sociais.
" O aluno deve se apresentar na comunidade como parte da equipe de saúde, em posição equivalente à dos agentes de saúde.
" Está ali para conhecer a realidade, discutir os problemas com a população e intermediar a sua relação com o sistema. Tem muito mais a aprender do que a ensinar naquele momento. Deve disponibilizar informações que contribuam para a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Os problemas identificados devem ser levados para o médico, que é o seu monitor e responsável pela busca de soluções.
" Identificado por seu uniforme, o aluno representa as instituições envolvidas (Secretaria Municipal de Saúde e Universidade Federal de Goiás) e deve zelar pela sua imagem, cuidando de sua postura, de sua linguagem e dos valores que expressa em sua atuação.O exercício de sua função lhe abre o espaço da comunidade e as portas das residências. É preciso honrar esta confiança, portando-se de acordo com o lugar e a ocasião e cuidando para não expressar opiniões ou preferências pessoais que discordem dos interlocutores.
" O primeiro dia de visita ao campo deve ser reservado para o reconhecimento do espaço físico de seu local de trabalho, a observação sobre a distribuição das casas e sobre a forma de viver da população. O seu mapa é o seu guia e deve ser complementado pelas observações do dia a dia. Assim, o aluno deve marcar o trajeto dos transportes coletivos, as principais vias de pedestres, os caminhos criados pelas comunidades (trilhos e atalhos), os elementos geográficos que dividem os grupos humanos.
" É importante que se identifiquem os focos sociais e seus respectivos líderes, que devem ser sempre informados e consultados sobre as ações desenvolvidas no seu espaço de abrangência. Os focos sociais de uma comunidade podem ser os serviços de saúde, as igrejas, os pontos de lazer e de comércio ou a casa dos moradores antigos. E o líder nem sempre é o chefe ou responsável. Líder é aquele que fala em nome do grupo, que representa o seu pensamento e o seu sentir. Deve, portanto, ser escutado a respeito dos assuntos que afetam a comunidade.
" Também no primeiro dia devem ser feitos os contatos com as lideranças locais, apresentando-se como parte da equipe do PSF, encarregada do cadastramento das famílias, visando sua atualização e o planejamento dos serviços que serão oferecidos no segundo semestre.

O Distrito Sanitário Sudoeste

O Distrito Sanitário Sudoeste cobre um espaço social e geográfico novo, com bairros de recente urbanização ou em intenso processo de desenvolvimento.
As atividades do Programa de Saúde da Família estão se organizando e ainda não se dispõe de um diagnóstico de saúde da população. Durante o primeiro semestre os alunos estarão envolvidos na coleta de informações para a construção do banco de dados que vai permitir o desenho do perfil de saúde da clientela do DS Sudoeste.
Um dos objetivos deste cadastramento é a identificação de grupos especiais ou vulneráveis, que devem ser trabalhados, como a identificação das gestantes, o registros de recém-nascidos em situação de risco, o grupo de crianças em aleitamento materno; a inscrição de crianças no sistema de vigilância do crescimento e do desenvolvimento; a identificação dos idosos, diabéticos, hipertensos ou portadores de outras doenças crônicas; o agrupamento dos adolescentes e conhecimento sobre aqueles que estão expostos a riscos profissionais.

A região foi mapeada e os alunos divididos em espaços bem delimitados.
Ver a localização de seu espaço de trabalho
Cada aluno se torna responsável pelo diagnóstico de seu espaço de trabalho.
Deve cadastrar todas as famílias e marcar os lotes ou residências desocupadas.
Deve visualizar todo o equipamento social disponível (escolas, igrejas, comércio,
indústrias, áreas de lazer, serviços, etc).
O conjunto do trabalho de todos e a avaliação dos indicadores selecionados permitirão
o diagnóstico regional.
A análise dos dados vai orientar a elaboração de projetos de intervenção, a serem
desenvolvidos nos momentos seguintes ou pelas próximas turmas.
O diagnóstico da região deve ser transformado em uma publicação científica e deve ser
divulgado, orientando a retroalimentação do ensino e da prestação de serviços.

Estratégia de trabalho

São 64 alunos alocados ao Distrito Sanitário Sudoeste, trabalhando em 32 duplas.
O professor responsável deve manter estreito contato com o Monitor de campo.
Deve revisar, semanalmente, todos os relatórios,
atendendo às prioridades
selecionando alguns para discussão mais detalhada.
O controle de qualidade é feito sobre 10% da produção quinzenal e envolve o acompanhamento do trabalho individual do aluno, avaliando sua conduta individual; a qualidade da interação social desenvolvida por ele em seu espaço de trabalho (medida através da ficha de avaliação preenchida pelo monitor de campo); o preenchimento completo e correto da ficha de cadastramento; sua capacidade de interpretar a realidade (avaliada através do portfolio individual); o conteúdo de seu diário de campo; a contribuição que sua experiência na comunidade aporte para as discussões em sala de aula.

Banco de Dados

- A disciplina gerencia um banco de dados cuja estrutura está preparada para receber as informações vindas do trabalho de campo.
- Um manual de instruções para a coleta dos dados orienta o trabalho e permite a constante alimentação do banco de dados, pelos próprios alunos. Clique para ver
- O banco de dados deve conter informações sobre os indicadores de saúde, de qualidade de vida, de natalidade, morbidade e mortalidade, e deve permitir a ampliação das informações na medida das necessidades.

O cadastramento da população é feito no modelo utilizado pelo Ministério da Saúde e que alimenta o SIAB - Sistema de Informação das Ações Básicas. Um software específico recebe aquelas informações e contém programas informatizados que permitem o cruzamento dos dados e a interpretação dos resultados, por pequenos segmentos locais, por distritos sanitários, municípios, estados, regionais e a nível nacional. Os dados produzidos pelos alunos alimentarão aquele banco, o que ressalta a importância deste trabalho e a responsabilidade de cada um na produção de seus informes.

Canal Virtual

Através deste canal virtual os alunos terão acesso aos textos de apoio e a todas as orientações sobre o trabalho de campo.
Toda a comunicação entre os alunos e a equipe docente pode ser feita via deste canal virtual ou pelos telefones de contato Clique para ver
O canal virtual será atualizado diariamente
e aqui estarão disponíveis as informações sobre a organização dos grupos,
os horários e tarefas individuais e grupais
e todos os avisos necessários ao bom desenvolvimento das atividades.
Aqui o aluno deve solicitar cópia de textos,
informar-se sobre qualquer assunto,
acessar as aulas novas,
registrar os dados do cadastramento
apresentar seus exercícios e diários de campo.
Estarão disponíveis
as conferências realizadas sobre temas afins,
os textos especiais produzidos ao longo do curso,
os textos básicos de cada aula,
fontes de referência bibliográfica
endereços eletrônicos de interesse do curso.
Será feito o agendamento para os diálogos entre alunos e o coordenador,
para comentários sobre os exercícios individuais
para a orientação pessoal no projeto de pesquisa.
Existe aqui também um espaço aberto
para conversas informais,
lembretes
avisos diversos.
O canal virtual deve disponibilizar as informações contidas no banco de dados
para todo o curso, a Universidade e a rede de serviços de saúde.

Engajamento no Programa de Saúde da Família

Os alunos do primeiro ano desempenham, no campo, a função de Agente de Saúde.
Estão vinculados às atividades do Programa de Saúde Familiar.
Subordinam-se a um profissional da rede municipal (monitor de campo).
Desempenham, neste semestre, uma tarefa específica no cadastramento da população.
Suas atividades devem estar em sintonia com o trabalho desenvolvido pelo Agente de
Saúde que compõe a sua equipe.
A cada período letivo suas tarefas devem incorporar novas atividades.

Sistemática de Avaliação

A disciplina Introdução à Saúde Coletiva é ministrada através de:

Atividades teóricas desenvolvidas
em salas de aula,
em pesquisas bibliográficas
em eventos externos ou atividades de extensão
Atividades práticas desenvolvidas
na comunidade (visitas domiciliares e aos focos sociais)
Atividades científicas
Sessões clínicas, grupos de discussão, work days, encontros virtuais.

A avaliação inclui os três aspectos do curso, dando-se peso igual a cada um deles.
O aluno deve fazer bom uso do grau de liberdade que lhe é dado.
O processo de supervisão será transparente, favorecendo a auto-avaliação.
A avaliação permanente acompanha o desempenho do aluno e define a primeira nota;
Uma prova de conteúdo define a segunda nota;
O trabalho final apresentado em seminário específico define a terceira nota.
A média não deve ser inferior a sete (cinco???).

A dinâmica do Work day que finaliza o semestre letivo avalia a disciplina, os projetos e a integração docente-assistencial.

Estratégia de trabalho

Os 64 alunos que atuarão no DS Sudoeste trabalharão em duplas.
Cada dupla deve preencher cinco fichas a cada dia de campo, o que se equivale a 160 fichas por dia trabalhado. O calendário prevê quatro semanas de atividades de visita domiciliar, calculando-se, portanto, a abordagem de 640 famílias naquele período (aproximadamente 3200 indivíduos).
Espera-se, portanto, que os alunos sejam alocados a duas ou três áreas (contíguas ou não), para que trabalhem, apoiados pelos agentes de saúde da equipe local, sob a coordenação de médicos ou enfermeiros.
Esta decisão incorpora, portanto, dois ou três monitores de campo à atividade docente da Faculdade de Medicina, neste primeiro semestre.
Nos dias dois e três de junho os alunos farão a primeira visita aos locais de trabalho. Portarão os mapas do distrito sanitário, do espaço sócio-geográfico reservado para a FM e o croquis da área específica de sua atuação. Conhecerão os membros de sua equipe, as lideranças locais e identificarão os principais focos sociais, visitando-os e conhecendo o seu funcionamento.
Nas quatro semanas subseqüentes, eles estarão realizando as visitas domiciliares e preenchendo as fichas de cadastramento. Nos dias sete e oito de julho serão realizadas reuniões coletivas de avaliação, a partir das quais serão delineadas as ações para o segundo semestre letivo do ano 2003.